Brasileiro recebe prêmio Americano por luta contra a intolerância religiosa.

17 de Julho de 2019 por: Emerson Cal

O Babalaô Ivanir dos Santos também doutorando em História da UFRJ recebeu, nesta quarta-feira (17), um prêmio do Departamento de Estado do Governo dos Estados Unidos pela importância na luta contra a intolerância a praticantes de religiões de matriz africana no Brasil.

“Quero pontuar que o prêmio é o reconhecimento de todas as nossas ações em prol das liberdades, dos direitos humanos, da pluralidade, das diversidades, contra o racismo e a intolerância”, pontuou o Babalaô.

Ivanir dos Santos é homenageado –junto a lideranças de outras quatro nações– na edição inaugural de um prêmio internacional que reconhece ativistas que lutam pela liberdade religiosa, são eles:
Mohamed Yosaif Abdalrahan, do Sudão;
Iman Abubakar Abdullahi, da Nigéria;
Pascale e William Warda, do Iraque;
Salpy Eskidjian Weiderud, do Chipre


A cerimônia contou com a presença do secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo.

“Como bem sabemos, o racismo e a intolerância religiosa são os maiores desafios para construção de uma sociedade mais justa e igualitária, e no Brasil não é diferente. A intolerância religiosa vem crescendo cada vez mais no nosso país, e principalmente no Estado do Rio de Janeiro. Precisamos acreditar que é possível construir uma sociedade mais tolerante onde nossas diferenças possam ser nossos pontos de encontros e nunca de exclusão”, destacou o homenageado Babalaô Ivanir dos Santos.

Ele ressaltou que, apenas no Estado do Rio de Janeiro, são quase 200 templos de religiões de matriz africana ameaçados. Na última sexta (12), traficantes invadiram um terreiro de candomblé em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, e obrigaram a sacerdotisa responsável pelo espaço a destruir todos os símbolos que representavam os orixás.

Os criminosos, que estavam armados ameaçaram voltar para atear fogo no terreiro. O caso foi registrado na Delegacia de Combate a Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi) e corre em sigilo.

“Eu não tenho dúvida de que se fosse uma sinagoga ou uma igreja cristã, a atitude do estado seria outra”, afirmou Ivanir. O evento de premiação se estende de terça (16/07) até hoje (18/07), na capital americana, e conta com a presença de líderes políticos e representantes da sociedade civil de mais de 140 países.
A ministra Damares Alves (Mulher, Família e Direitos Humanos) confirmou participação.

Chania