Chania

Linha dos Caboclos

“Okê Caboclo”

Originalmente, a palavra Caboclo refere-se à miscigenação do homem branco com índio; porém na umbanda, o termo é usado para classificar todo tipo de civilização indígena habitante de qualquer parte do planeta. Habitantes das matas, os caboclos vem com a força da natureza, cheios de humildade, sabedoria, forte postura, voz vibrante e elevação espiritual, com suas ervas medicinais que podem curar doenças físicas e espirituais. Os caboclos são considerados seres encantados, no qual se relacionam com os espíritos da natureza, como plantas, animais, etc; isto deve-se a uma crença indígena em que humanos e animais se comunicavam entre si em plena harmonia e podiam se transformar um no outro.

Os primeiros espíritos a “baixar” nos terreiros de Umbanda foram os Caboclos, in­variavelmente presentes nas giras de Umbanda, praticando a caridade e cumprindo sua missão espiritual.As giras de caboclos são muito alegres e lembram bem as festas nas aldeias. Trabalham como verdadeiros conselheiros e ensinam o homem a importância da coragem e o respeito que se deve ter com o próximo e com a natureza.

Os caboclos de Umbanda são entidades simples e através da sua simplicidade passam credibilidade e confiança a todos que os procuram, nos seus trabalhos de magia costumam usar pemba, velas, essências, flores, ervas, frutas e charutos, manipulando essas energias para trabalhar nas questões de saúde, vitalidade e no corte de correntes espirituais negativas. Seu linguajar pode se assemelhar ao dos indígenas, paramen­tados ou não com cocares, arcos e flechas, machadinha e espadas. Aqui estamos entendendo os Caboclos de maneira mais ampla, como símbolo de fortaleza, do vigor da fase adulta, existindo caboclos de Oxossi, Xangô, Ogum e mesmo aquelas entidades ligadas aos orixás femininos, como Yemanjá, Oxum, Yansã. É claro que essas últimas entidades não vêm como índias, mas com uma forma tipicamente relacionada aos seus atributos. Todavia, são entidades que se apresentam como adultos.

Dá mesma maneira que os Pretos-Velhos representam a humildade, os Boiadeiros representam a força de vontade, a liberdade e a determinação que existem no homem do campo, eles normalmente mostram os traços da cultura regionalista que mais se afinizam: sertanejos, mineiros ou sulistas, assim como sua necessidade de conviver com a natureza e os animais, sempre de maneira simples, mas com uma força e fé muito grande.

Sugestões- Alterações e Correções